quarta-feira, 19 de março de 2014

Onde andam as folhas, o sol e os sorrisos?

Castelo de Visegred, por Szabolcs Dudás

Visegred, por Szabolcs Dudás

Magrit island no Verão

Onde andam as folhas, o sol e o sorrisos?

Que se teimam em esconder, como em brincadeira?
um, dois... treês! - encontrei-te!

 - um sorriso naquela pessoa, uma gargalhada, um amigo reconhecido, uma folha verde resplandecendo ao sol e o ar fresco que se respira como água.

Um dois três!... voltam-se a esconder.

Escondem-se como o rio.

Aqui esquecemo-nos que há um rio. Sabemos da sua presença, se pensarmos nisso. Mas passamos dias e dias debaixo do chão, subindo escadas, de paredes e candeeiros cercados.

Aqui, todo o dia é um jogo das escondidas. Regras: se não nos apetecer jogar só nos restam os passeios de cimento e os caixotes do lixo. Se quisermos as outras coisas temos que levantar as mesas, abrir as portas e vasculhar nos canteiros.

Há cidades que respiram como os pássaros
Há cidades imutáveis
Cidades que crescem como árvores
Cidades que dançam

Há cidades que dão,
cidades que tiram
e cidades que guardam.

Ainda tento descobrir que cidade é esta onde me mandei. Sei algumas coisas já. Sei que não me quer deixar muito confortável. Que tem tento para dar. Sei que tem muitos segredos e não mos quer contar. Sei que dentro dela, debaixo dela, continos nela, correm tesouros. Sei que é (ou que foi) aristocrata. E , acima de tudo, que às vezes gosta de jogar às escondidas.
Com as folhas, com o sol e os sorrisos.

Ao som de: Norberto Lobo - Do alto da faia