sábado, 3 de maio de 2014

Saudade



Já nem eu sabia quantas as saudades que tinha de ti. Já me tinha esquecido, habituado à tua ausência. Mas inesperadamente, precisei de percorrer até ao outro lado do continente para te reencontrar. Para entender o quanto te amo. Mesmo que não estejas completo. Reencontro-te. E nesse mesmo dia começo a duvidar como reunirei forças para partir e te deixar outra vez. A verdade é que sonho contido todas as noites: Que me aproximo, passo a passo, até me tocares os pés, me envolveres. Primeiro os tornozelos, joelhos, cintura, até eu me envolver em ti. Reencontro-te. Aqui, a ti, e em todas as pessoas. Nos olhares, nos gestos, na forma como inspiram, na forma como dão. Nas aves, nos cheiros, nos murmúrios, na liberdade. Reencontro-te em todas as fachadas e janelas. E fazes-me imensa como tu, enches-me. Apercebo-me que, até agora, tinha sido apenas meia.
Ainda agora te reencontrei, não sei como irei partir. Não quero viver mais longe de ti.